domingo, 12 de fevereiro de 2012

cont.

A esse respeito Alves (2006, p.23) argumenta referindo-se a escola: “Há nesse campo de forças um predomínio de saberes estruturados segundo uma lógica da opressão e, ao mesmo tempo, uma deficiência na valorização de outras lógicas de saberes, gerando-se uma simplificação de conteúdos ensinados”.
    Tomando como referência as definições de Penin (1994) para conhecimento sistematizado e saberes, observamos que a escola privilegia o conhecimento ou saber erudito, muitas vezes não considerando as outras formas de saberes dos quais, em sua maioria, professores e alunos compartilham. A referida autora define como conhecimento ou saber erudito, as formulações consideradas válidas pela epistemologia, pois têm base no método científico ou estão dentro dos parâmetros da epistemologia; e como saberes, as formas de conhecimento que não atingem os pré-requisitos necessários aos critérios científicos aceitáveis pela epistemologia, amparando-se nas “regularidades de determinadas ‘formações discursivas’- as práticas discursivas - distintas e autônomas, presentes na prática social” (PENIN, 1994, p. 22).
    Ao tomar o parâmetro epistemológico como único para legitimação do saber não se pondera, defende Penin (1994), que muitas das formas discursivas hoje consideradas ciência, ontem não o eram, tornaram-se, portanto. Tal fato justifica o empenho pela epistemologização dos saberes cujos fundamentos não estão claramente estabelecidos.
Ainda sobre esta discussão, Penin (1994) afirma a existência da cultura geral, formada por conhecimentos sistematizados e saberes, e de uma outra denominada cultura escolar, sendo a última um saber próprio originado na escola a partir do confronto entre os constituintes da cultura geral, considerando todo o contexto que envolve o funcionamento escolar. Sendo que ambas culturas, a geral e a escolar, são formadas tanto pelos conhecimentos sistematizados quanto pelos saberes provenientes do senso comum.
Em relação ao processo de construção de conhecimento do professor sobre o ensino, Penin (1994) supõe que tal processo se dê no espaço de representação em que o professor vive e que este espaço de representação é formado pelas concepções que vai acumulando sobre o ensino e pela vivência da situação de ensino. O entendimento sobre representação é o de “[...] algo formado na imbricação entre as representações chamadas ‘sociais’ e aquelas provenientes da vivência pessoal dos indivíduos”, definindo as representações sociais como representações coletivas cuja existência independe do individual, estando “no social mesmo antes do nascimento do sujeito” (PENIN, 1994, p. 32).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

obrigada pela colaboração !participe sempre!

MEG, A MINHOCA FELIZ!

                             Trabalho de "Stop Motion" realizado com os alunos do 2º ano da E.M.                              Z...