domingo, 12 de fevereiro de 2012

cont.

Lefebvre apud Penin (1994) aponta a existência de uma lacuna entre o sujeito e o objeto do conhecimento, considerando a representação como um nível de conhecimento. Segundo Penin (1994, p. 37):

Lefebvre organiza sua teoria em virtude de duas idéias. A aceitação do representativo como um fato social, psíquico e político - ou seja, ele existe, possui positividade, está presente na vida cotidiana, via representações sociais e pessoais - e a recusa dessas representações, que só podem ser superadas com o exercício da crítica teórica e da ação.


Assim, ao recolocar a questão do conhecimento e a sua relação com as representações, Lefebvre apud Penin (1994) contempla os saberes em estado de organização menos rigorosa, presentes na prática social, ampliando dessa forma “[...] o que é para ser considerado pelo pensamento crítico, abrangendo o não-instituído mas existente e o não-concebido mas vivido” (PENIN, 1994, p. 37 )
Dessa forma, encontrando-me no contexto da EJA, inquietava-me ao perceber que os conteúdos abordados em sala de aula estavam consideravelmente distanciados da realidade dos alunos, de suas práticas culturais, e de certa forma, até desvalorizava suas experiências, tão ricas de vida.
Fazendo uma mera adaptação de uma transposição didática das propostas tradicionais realizadas para alunos do chamado “ensino regular”, muitos profissionais que atuam na Educação de Jovens e Adultos contribuem para a alienação da realidade circundante por parte dos alunos, impossibilitando um processo significativo de construção do conhecimento.
É fundamental, nessa perspectiva, que a escola considere os saberes do cotidiano, as “artes de fazer” como “espaço e tempo privilegiado de produção da existência e dos conhecimentos, crenças e valores que a ela dão sentido” (OLIVEIRA, 2001, p. 41).  Como objeto de estudo, deve implicar em não se tornar uma mera constatação de uma ou algumas formas específicas dessas práticas, mas sim na ampliação de possibilidades da compreensão dessas vivências que possam contribuir para o desenvolvimento de alternativas curriculares que intervenham de modo mais consoante com as especificidades locais e individuais.
Fazendo-nos a mesma interrogação que Freire (2006, p. 30): “Por que não estabelecer uma ‘intimidade’ entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduo?”.
Nesse sentido, tivemos como objetivo investigar as práticas artístico-culturais dos alunos de uma sala de aula do quarto nível da EJA da Escola Municipal Celestino Pimentel, turno noturno, em 2006, refletindo sobre a presença-ausência dessas práticas no contexto da EJA e focalizando as referências artísticas locais como propulsoras do Ensino de Artes

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