quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

cont.

    Partindo então para definir os motivos dessa busca nos encontramos com Freire (2006, p. 29) que afirma: “Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade”.
    No percurso de pesquisar as práticas culturais nos detivemos a ponderar sobre estes vocábulos separadamente - prática e cultura. Conforme Ferreira (2000, p. 550), a prática diz respeito ao “uso, exercício, rotina, saber provido da experiência”. Freire (1977, p. 43), ao discursar sobre cultura, defende:

A partir das relações do homem com a realidade, resultantes de estar com ela e de estar nela, pelos atos de criação, recriação e decisão, vai ele dinamizando o seu mundo. Vai dominando a realidade, vai humanizando-a, vai acrescentando a ela algo que ele mesmo é fazedor. Vai temporalizando os espaços geográficos. Faz cultura.

    Dessa forma, investigar as práticas culturais do aluno significa configurá-lo na condição ontológica de ser sujeito e perceber a complexidade dessas práticas e suas contribuições ao ensino de Arte na Educação de Jovens e Adultos.
    Essa discussão apresenta-se em torno das formas e maneiras de apreciar, conhecer e do fazer artístico a partir das produções das linguagens artísticas que evidenciem práticas culturalmente construídas, tendo por ato de produzir a realização por meio da experimentação.
    Partindo das experiências de arte vividas pelos alunos em suas comunidades, procuramos compreender as formas como se vêm, sentem e explicam o seu mundo, trazendo contribuições para o processo de ensino-aprendizagem; pois segundo Freire (2006, p. 63) “[...] não é possível à escola, se, na verdade, engajada na formação de educandos educadores, alhear-se das condições sociais culturais, econômicas de seus alunos, de suas famílias, de seus vizinhos”.
    O diálogo com os autores Michel de Certeau e Paulo Freire, nesse trabalho, possibilitou a construção de uma reflexão teórica e prática por meio dos instrumentos idealizados para execução da prática pedagógica, nossa ação docente e a ação cultural entre os sujeitos e seus espaços.
    Essa interlocução se fez possível devido ao conjunto das proposições articuladas por Certeau (2003) e nas formulações de Paulo Freire acerca da Educação de Jovens e Adultos, tornando importante à conversação entre esses autores e fundamentando as relações existentes entre Educação e Cultura.

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